Revista Incluir - dez/2021
Dando continuidade ao nosso bate-papo de bastidores vamos conversamos, também, com a Sra. Raquel Cruz da Silva, uma pessoa simples, dedicada, comprometida e militante, que acredita na Inclusão da Diferença e luta pela Igualdade de Direitos. Ela que é Bacharel em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Profissional de Saúde que atua na Secretaria Municipal de Saúde da cidade do Rio de Janeiro há mais de 20 anos na área da Saúde Mental, tem buscado, todos os dias, fazer um SUS melhor, inclusivo e acessível a todos.
RRI - QUAL SENSAÇÃO QUE VOCÊ TEVE NA ELABORAÇÃO DO ROTEIRO DOS VÍDEOS QUE OS ASSISTIDOS DA SAÚDE MENTAL FIZERAM PARA O CIRCUITO DIA D VIRTUAL?
Para esse ano preparamos um material audiovisual bem bacana e contamos com a parceria especial da TV Pinel, um projeto encantador da saúde mental da cidade do Rio de Janeiro, que mostra com cuidado, afeto, compromisso e irreverência o cotidiano, assuntos relevantes, fatos e eventos importantes. Foi emocionante ouvir dos participantes dos nossos grupos de trabalho o quanto nossas ações são significativas e importantes para o processo de inclusão e acesso deles. Nossa ferramenta principal é o cuidado e o afeto, Nise da Silveira dizia “O que melhora o atendimento é o contato afetivo de uma pessoa com outra. O que cura é a alegria, o que cura é a falta de preconceito.”
RRI - COMO FOI PARA VOCÊS DA NUSANT PARTICIPAREM DO CIRCUITO DIA D VIRTUAL?
Para nós, do Colegiado NUSAMT, é uma grande honra e um grande prazer poder dividir com todos os parceiros esse momento impar, onde. a inclusão é o carro chefe, a oportunidade chega para todos e o desejo de garantir o acesso é a mola propulsora de nossos esforços. Como sempre dizemos, a Saúde Mental é a exclusão da exclusão, ou seja, vivemos um duplo preconceito até mesmo dentro do acesso junto as demais deficiências. Por isso é necessário não parar de lutar, sempre seguir em frente. E, mais uma vez, como dizia nossa querida Nise de Silveira: “Para navegar contra corrente são necessárias condições raras: espirito de aventura, coragem, perseverança e paixão”. O Circuito Dia D nos ajuda a prosseguir e, a cada edição, fica claro que não devemos parar. Esse ano, seguimos utilizando a tecnologia, no modo virtual, sem deixar a peteca cair, como disse nossa querida poeta Cora Coralina, “O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim, terás o que colher”.
RRI - NA SUA VISÃO, EVOLUÍMOS NA QUESTÃO EMPREGABILIDADE DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA?
Gostaríamos de lembrar o quanto evoluímos na questão da empregabilidade das pessoas que vivem com algum tipo de deficiência, em especial a Saúde Mental. O NUSAMT, nos último 20 anos, vem lutando de forma incansável pela inclusão no mercado de trabalho, de forma justa e possível para cada diferença e o Circuito Dia D tem sido fundamental nessa jornada. Muito temos que avançar ainda, mas mesmo com a pandemia da COVID-19, e todos os últimos acontecimentos em nosso país, conseguimos incluir muitas pessoas e colaborar para que conseguissem o tão sonhado “emprego de carteira assinada”. Nos adaptamos às necessidades atuais, e seguimos lutando pela inclusão. Gostaríamos de deixar um recado dado pela nossa querida Nise da Silveira, frase que repetimos todos os dias e que nos ajuda a seguir: “É necessário se espantar, se indignar e se contagiar, só assim é possível mudar a realidade.”